15 de janeiro de 2010

Para a história de um Movimento (genuinamente) por Marvão - Capítulo 3

Mas a história não acaba aqui, ao contrário de outras, pois o Movimento por Marvão assinou um contrato com o Concelho – Compromisso com o Concelho de Marvão – a longo prazo. Sinal disso mesmo, foi a presença de dois membros na primeira reunião de Câmara ordinária, em que se conseguiu obter a reprovação do subsídio à Associação Comercial de Portalegre (mas como a emenda é pior que o soneto, esse mesmo subsídio evoluiu para protocolo de uma forma displicente), e também marcou comparência na primeira assembleia municipal ordinária, em que os seus membros fizeram intervenções importantes. O Movimento por Marvão já fez, também, duas propostas concretas para serem implementadas no Concelho, tendo já obtido a reprovação de uma delas. Mas depois destas duas, outras se seguirão, podem contar com isso.

A história, como foi referido, não acaba onde começou oficialmente, na neve do dia 10 de Janeiro. Este ano será, assim, de grandes desafios para o Movimento por Marvão e para o Concelho, desta forma adivinha-se um longo período de trabalho para os membros (actuais e futuros) do MporM, que irão manter a sua fiscalização à gestão municipal, de forma a garantir a prossecução dos interesses dos Marvanenses. A nível interno, o Movimento por Marvão terá de alargar a sua base social de apoio (entenda-se os seus membros e colaboradores) com o objectivo de qualificar e ampliar a sua intervenção. Este propósito tenderá a acontecer naturalmente dado que várias pessoas já se aperceberam do espírito que caracteriza o MporM e o seu método de trabalho colectivo (assente em decisões por consenso e na prática sistemática de consulta a todos os membros acerca das tomadas de decisão do grupo), que fará com que o Movimento por Marvão reúna, nos próximos tempos, uma equipa de trabalho, que será essencial no desenvolvimento do Concelho. Para clarificar este ponto, temos dito que o MporM é um Grupo Independente de Cidadãos, e não um Grupo de Cidadãos Independentes. Isto ressalva que o grupo, ou a reunião de pessoas em torno de um objectivo comum, é independente e não goza de qualquer tipo de apoio partidário, mas que pode, e deve, contar com pessoas de diferentes sensibilidades políticas e sociais, e só assim se formará um grupo capaz de intervir pró-activamente no processo de desenvolvimento local.

No que respeita ao Concelho de Marvão, e de forma a dar alguma substância ao texto, qualificando-o com propostas concretas, e não caindo em falsos comuns, as prioridades do município deverão incidir em dar vida e dinâmica ao Ninho de Empresas de Santo António das Areias, que não deverá ser um mero contentor que aglomera empresas, sem que hajam redes e parcerias para sustentar a sua competitividade; a mobilidade terá, igualmente, de ser uma preocupação do executivo, criando um mecanismo que permita aos munícipes ganharem um pouco em qualidade de vida; por fim, a agricultura terá de ser apoiada em todo o seu ciclo produtivo, o que não aconteceu no Orçamento para 2010 da autarquia, que não contempla um único euro de apoio/incentivo ao sector.

Esta história como também não é de encantar, nem pretende doutrinar ninguém, traduz um percurso com muitas falhas, que seriam impossíveis de passar por cima no relato deste ano do MporM. Seria impraticável descrever um percurso sem enunciar as falhas e as situações que correram menos bem neste caminho, de forma a tentar corrigi-las no futuro. Só com esta humildade inequívoca se conseguirá melhorar. Em primeiro lugar, o facto de o MporM ter anunciado bastante tarde a sua existência de forma pública, levou a pensar muitas pessoas que o Movimento tinha surgido com o único propósito da candidatura às eleições autárquicas. Dizemos isto pelo facto de o Movimento por Marvão estar a trabalhar de forma organizada desde os meses de Abril/Maio de 2008, e pensado desde 2005, mas o objectivo era, então, apresentar aos Marvanenses, e não à comunicação social, um projecto bem estruturado e com membros de vários pontos do Concelho, o que só se propiciou mais tarde. Analisando agora, teria sido benéfico que o projecto tivesse saído cá para fora mais cedo. Outro processo que correu menos bem, mas que ninguém no Movimento por Marvão e fora dele guardam rancor, foi o convite que foi formulado para a Junta de Freguesia de Santa Maria de Marvão, este convite e a sua subsequente publicitação pretendia dar uma dinâmica de vitória àquela candidatura, que mais tarde não chegou a avançar. Mais recentemente, destacamos o facto de não termos conseguido realizar o II seminário “Pensar Marvão” em Novembro como estava previsto, sobretudo pela dificuldade em conciliar as agendas dos intervenientes. Mas ele chegou a acontecer, de facto, no dia 16 de Janeiro de 2010, e de forma profícua para o Concelho, não foi uma mera promessa, e outras edições se seguirão.

A história que se quer passar seria impossível sem a contribuição de algumas pessoas e organizações, dos quais começamos por destacar, naturalmente, os membros do Movimento por Marvão que deste o primeiro dia acreditaram que era possível inverter o estado de coisas no Concelho, acreditaram que o seu esforço seria determinante no desenvolvimento de Marvão, actuando sempre de forma positiva. Depois, temos de agradecer de forma elucidativa às associações do Concelho, a todas sem excepções, que nos receberam de forma exemplar, e as quais são determinantes no Concelho pelo papel social, cultural e desportivo que desempenham. Um agradecimento às Juntas de Freguesia, que nos trataram de forma exemplar no processo eleitoral, bem como no apoio às nossas iniciativas. Uma palavra, também, para os órgãos de Comunicação Social do Distrito que difundem as nossas tomadas de posição e os nossos textos pela Região, sublinhando o papel que a Rádio Portalegre tem neste capítulo. Por fim, uma palavra de agradecimento ao Blog Fórum Marvão, que tem sido um espaço promotor de debates e reflexões, algo que falta no nosso concelho, e que tem sido importante para divulgar, ainda mais, a dinâmica do MporM.


Aqui fica a história do primeiro ano de existência do Movimento por Marvão, uma história de livro aberto, aberto no sentido temporal, e sobretudo aberto à participação de todos… na procura de novos caminhos.

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