28 de janeiro de 2010

Considerações sobre a Reunião ordinária da Câmara Municipal de Marvão: dia 20 de Janeiro de 2010

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No passado dia 20 de Janeiro, dois membros do Movimento por Marvão – Gonçalo Monteiro e Tiago Pereira – assinalaram presença na Reunião ordinária da Câmara Municipal de Marvão, na qual se estreou Alexandre Novo no elenco autárquico, devido ao facto da Vereadora Madalena Tavares se encontrar ausente. Saudamos, assim, o seu ingresso.

Esta reunião, ao contrário das anteriores, foi bastante serena; houve um espírito de colaboração efectivo, o qual louvamos. Não sabemos se este entendimento se deveu às matérias que foram abordadas na reunião, ou se, pura e simplesmente se esvaiu um certo rancor que advinha, ainda, das eleições autárquicas. Pedimos, com a humildade que nos caracteriza, a todos os intervenientes autárquicos, nos quais o MporMse inclui, para que não deixem de fiscalizar ao pormenor a gestão da Câmara Municipal de Marvão, apresentando também soluções concretas para os seus problemas, mas que, ao mesmo tempo, reine uma consciência de responsabilidade em torno dos projectos que são essenciais para a prossecução dos interesses, actuais e futuros, dos Marvanenses.

Os primeiros assuntos recolheram unanimidade entre os membros do executivo e foram aprovados de pronto, prendendo-se com o prolongamento do prazo de finalização das obras do Campo dos Outeiros em 38 dias (término a fins de Março) e com uma alteração ao orçamento para complementar as verbas destinadas aos subsídios de doença, maternidade, etc. dos trabalhadores do município.

O ponto seguinte teve que ver com o Conselho Municipal de Juventude, o qual foi uma preocupação, desde o primeiro dia, do MporM, que questionou o executivo e a Assembleia Municipal, diversas vezes, sobre a sua constituição. Foi aprovado por unanimidade o projecto de Regulamento do Conselho Municipal de Juventude, que terá agora que ser ratificado na próxima Assembleia Municipal, a acontecer em Fevereiro.Seguidamente foi aprovado: o Plano de Feiras e Mercados para 2010; a actualização das taxas municipais – que não terão qualquer alteração devido aos valores da inflação; a acta do Júri relativamente à atribuição de uma habitação do município em Marvão; e, finalmente, o pagamento das vinhetas dos autocarros por parte do município a duas munícipes portadoras de deficiência.

O ponto subsequente levantou alguma polémica, dado que requeria a aprovação de um pedido de utilização das piscinas de Santo António das Areias pela ACASM (Associação de Cultura e Acção Social de Marvão), associação meio fantasma, meio bengala, do município. Este pedido vinha assinado pelo Vice-Presidente do Município, e também Presidente da ACASM – Luís Vitorino, o que precipitou uma pertinente pergunta do Vereador Nuno Lopes: “afinal, você é presidente de quantas associações?”, pelo que o Vice-Presidente da autarquia respondeu que, de facto, era presidente de três associações: a ANTA, a Associação Humanitária de Bombeiros e, mais recentemente, a ACASM; a dita proposta foi aprovada por unanimidade; não obstante, é bom reconhecer que o papel que esta associação desempenha no seio da Câmara Municipal é tudo menos transparente. Neste sentido, o Presidente da Câmara adiantou aos presentes, perante a situação de suspeição que se tem levantado em torno desta Associação, que a Câmara está a estudar alternativas legais para extinguir esta associação.

No último ponto da ordem do dia foi, também, aprovada uma moção de apoio a um texto reivindicativo da AHRESP (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal), o qual propõe a diminuição do IVA para os estabelecimentos de Hotelaria e Restauração; a proposta foi feita pelo Vereador José Manuel Pires, tendo sido aprovada por unanimidade.

No período das informações, o Presidente do Município manifestou, uma vez mais, a sua preocupação em relação à situação do Golfe, e o vereador José Manuel Pires informou os presentes do sucesso da visita que a C. M. Marvão promoveu à BTL (Bolsa de Turismo de Lisboa) com os empresários do Concelho.No período do público, para além de outra intervenção, Tiago Pereira questionou o executivo sobre qual era o ponto da situação relativamente à constituição da Empresa Municipal de Habitação, anunciada na última Assembleia Municipal, tendo igualmente interrogado os vereadores se houve, ou não, a colaboração de alguma Associação ou outro organismo, na elaboração do projecto de Regulamento do Conselho Municipal de Juventude, e, por fim, manifestado o agrado ao projecto de comunicação do Município, que integra a tão afamada imagem de marca, exteriorizando, concomitantemente, uma preocupação em relação à sua aplicação, e o modo como esta irá ser feita.

O Presidente respondeu às perguntas colocadas, adiantando que a jurista da Câmara está a trabalhar na proposta que sustentará a Empresa Municipal de Habitação; sobre o projecto de Regulamento disse que até ao momento ainda ninguém foi ouvido, mas que haverá, como está previsto na lei, o habitual período de discussão pública – quinze dias depois da sua aprovação; sobre a comunicação da Câmara, o Presidente assegurou que nos próximos quatro meses a EVOL vai continuar a coordenar o processo, como estava previsto no contrato, pelo que se está já a estudar a hipótese, por parte do executivo, de um alargamento do contrato com a EVOL para os próximos anos.

O MporM proporciona aos munícipes, mais uma vez, uma recensão crítica da última reunião de Câmara; no entanto, para que a sua intervenção seja o mais abrangente possível, faça-nos chegar as suas perguntas para serem colocadas ao executivo, pelo e-mail - movimentopormarvao@gmail.com, ou pela morada – Movimento por Marvão, Apartado 09, 7330-999 MARVÃO.

21 de janeiro de 2010

Movimento por Marvão é notícia no Jornal Fonte Nova


Notícia do Jornal Fonte Nova sobre o 2.º Seminário "Pensar Marvão" organizado pelo Movimento por Marvão a 16 de Janeiro de 2010 na Beirã, sobre a Saúde e Acção Social no Concelho de Marvão.


20 de janeiro de 2010

Súmula do 2.º Seminário "Pensar Marvão"


No dia 16 de Janeiro de 2010, pelas 14h30m, na Antiga Escola da Beirã, teve lugar o 2º Seminário “Pensar Marvão” organizado pelo Movimento por Marvão. Este seminário foi abrangido por 2 painéis, o primeiro sobre a saúde e o segundo sobre acção social no Concelho. O painel que abordou as questões da saúde contou com as participações de José Rodriguez Silva, João Bugalhão e Jorge Marques; por outro lado, o painel que incidiu sobre a acção social foi protagonizado por Jorge Rebeca, Cristina Novo e Jorge Alberto.

José Rodriguez Silva, Fernando Gomes, Jorge Marques e João Bugalhão

José Silva arrancou o primeiro painel, dando uma verdadeira consulta colectiva no que respeita à medicina preventiva, explicitando que um estilo de vida saudável contribui de forma decisiva para a prevenção de certas doenças. Explicou quais são as opções que devemos escolher no que toca à alimentação e actividade física. Por outro lado, João Bugalhão, que falou sobre os Cuidados de Saúde Primários em Marvão, começou por fazer uma análise retrospectiva no que toca aos conceitos relacionados com a prestação de cuidados de saúde em Portugal e no Mundo. Tendo adiantado um modelo ambicioso e inovador para a estruturação do Centro de Saúde de Marvão assente numa Unidade de Saúde Familiar, numa Unidade de Cuidados na Comunidade e numa Unida de Cuidados de Saúde Personalizados. A fechar o painel, uma excelente intervenção de Jorge Marques, que aprofundou a Emergência Médica em Marvão, explicitando as fases que compõem a emergência médica, bem como alguns exemplos práticos que ajudaram a compreender a realidade. Por fim lançou a ideia de que se devia investir mais na educação para a emergência médica, pelo que os municípios poderiam ser os provisores desta ideia. Neste enfiamento, seguiu-se um período de debate muito rico, onde intervieram: Luiza Assis, Tiago Pereira, Fernando Bonito Dias, José Manuel Pires, Vanda Costa, e Maria Gertrudes Bernardo.

Jorge Rebeca, Miguel Teotónio Pereira, Cristina Novo e Jorge Alberto

Depois de um pequeno beberete iniciou-se o segundo painel, que tinha subjacente a acção social no Concelho de Marvão. Jorge Rebeca empeçou, no entanto, por comentar algumas questões do painel anterior falando da importância dos municípios no que respeita à saúde, e comentou a ideia de Jorge Marques que tinha avançado uma Figura do Provedor do Utente, como sendo uma solução interessante para o Concelho. No que diz respeito à sua intervenção, isto é, o papel dos centros de dia e de convívio na vida das comunidades começou por referir a importância que a Associação 25 de Abril tem na Escusa como dinamizador social. Tendo adiantado que o desafio de futuro, de forma sustentada, da associação é construir o Centro de Dia, de forma a melhorar e ampliar a resposta social da associação. Por fim, deixou uma nota de que a Câmara Municipal de Marvão tinha que saber ouvir e incluir os seus munícipes e as suas instituições. Cristina Novo centrou a sua intervenção nas respostas sociais ao envelhecimento e o papel da Casa do Povo de Santo António das Areias, explicitando os recursos que são necessários deter para haver uma eficaz resposta social, bem como os planos de futuro da Casa do Povo que passam invariavelmente pela construção do Lar. No término, falou ainda de algumas candidaturas comunitárias que a Casa do Povo se tem candidatado. No final, Jorge Aberto transmitiu aos pressentes quais são as propostas sociais do Movimento por Marvão, que passam: pelas parcerias com as associações, uma política de habitação assente na reabilitação, uma rede de voluntariado e ocupação de tempos livres, o Encontro de Gerações, a rede de mobilidade, e tudo isto numa lógica de orçamento participativo. Depois deste profícuo período de intervenções veio o debate que contou com as participações de Fernando Gomes, Vanda Costa, João Bugalhão, Maria Gertrudes Bernardo e Tiago Pereira.


Este 2º Seminário “Pensar Marvão” levado a cabo pelo Movimento por Marvão, demonstra mais uma vez a importância que é atribuída por este grupo à discussão dos problemas do Concelho, que tenta encontrar as respostas para esses problemas nestes fóruns participados e inclusivos.


Link's das Intervenções:

Cristina Novo
https://docs.google.com/fileview?id=0Bw_d-DfddsmNZjU1NzZlN2ItMTgzMC00ODUyLWFhNzAtMTk4Yzg1MjAyNGE2&hl=en

João Bugalhão
https://docs.google.com/present/edit?id=0AQ_d-DfddsmNZGNoazJjdzRfNmYyZGZnOGcz&hl=en

José Silva
https://docs.google.com/present/edit?id=0AQ_d-DfddsmNZGNoazJjdzRfMTBoYms4cThoag&hl=en

Jorge Alberto
https://docs.google.com/present/edit?id=0AQ_d-DfddsmNZGNoazJjdzRfMTVmM3Q5Y2ZmYg&hl=en

Jorge Marques
https://docs.google.com/present/edit?id=0AQ_d-DfddsmNZGNoazJjdzRfMzRjZnhnc2Njdw&hl=en

15 de janeiro de 2010

Para a história de um Movimento (genuinamente) por Marvão - Capítulo 3

Mas a história não acaba aqui, ao contrário de outras, pois o Movimento por Marvão assinou um contrato com o Concelho – Compromisso com o Concelho de Marvão – a longo prazo. Sinal disso mesmo, foi a presença de dois membros na primeira reunião de Câmara ordinária, em que se conseguiu obter a reprovação do subsídio à Associação Comercial de Portalegre (mas como a emenda é pior que o soneto, esse mesmo subsídio evoluiu para protocolo de uma forma displicente), e também marcou comparência na primeira assembleia municipal ordinária, em que os seus membros fizeram intervenções importantes. O Movimento por Marvão já fez, também, duas propostas concretas para serem implementadas no Concelho, tendo já obtido a reprovação de uma delas. Mas depois destas duas, outras se seguirão, podem contar com isso.

A história, como foi referido, não acaba onde começou oficialmente, na neve do dia 10 de Janeiro. Este ano será, assim, de grandes desafios para o Movimento por Marvão e para o Concelho, desta forma adivinha-se um longo período de trabalho para os membros (actuais e futuros) do MporM, que irão manter a sua fiscalização à gestão municipal, de forma a garantir a prossecução dos interesses dos Marvanenses. A nível interno, o Movimento por Marvão terá de alargar a sua base social de apoio (entenda-se os seus membros e colaboradores) com o objectivo de qualificar e ampliar a sua intervenção. Este propósito tenderá a acontecer naturalmente dado que várias pessoas já se aperceberam do espírito que caracteriza o MporM e o seu método de trabalho colectivo (assente em decisões por consenso e na prática sistemática de consulta a todos os membros acerca das tomadas de decisão do grupo), que fará com que o Movimento por Marvão reúna, nos próximos tempos, uma equipa de trabalho, que será essencial no desenvolvimento do Concelho. Para clarificar este ponto, temos dito que o MporM é um Grupo Independente de Cidadãos, e não um Grupo de Cidadãos Independentes. Isto ressalva que o grupo, ou a reunião de pessoas em torno de um objectivo comum, é independente e não goza de qualquer tipo de apoio partidário, mas que pode, e deve, contar com pessoas de diferentes sensibilidades políticas e sociais, e só assim se formará um grupo capaz de intervir pró-activamente no processo de desenvolvimento local.

No que respeita ao Concelho de Marvão, e de forma a dar alguma substância ao texto, qualificando-o com propostas concretas, e não caindo em falsos comuns, as prioridades do município deverão incidir em dar vida e dinâmica ao Ninho de Empresas de Santo António das Areias, que não deverá ser um mero contentor que aglomera empresas, sem que hajam redes e parcerias para sustentar a sua competitividade; a mobilidade terá, igualmente, de ser uma preocupação do executivo, criando um mecanismo que permita aos munícipes ganharem um pouco em qualidade de vida; por fim, a agricultura terá de ser apoiada em todo o seu ciclo produtivo, o que não aconteceu no Orçamento para 2010 da autarquia, que não contempla um único euro de apoio/incentivo ao sector.

Esta história como também não é de encantar, nem pretende doutrinar ninguém, traduz um percurso com muitas falhas, que seriam impossíveis de passar por cima no relato deste ano do MporM. Seria impraticável descrever um percurso sem enunciar as falhas e as situações que correram menos bem neste caminho, de forma a tentar corrigi-las no futuro. Só com esta humildade inequívoca se conseguirá melhorar. Em primeiro lugar, o facto de o MporM ter anunciado bastante tarde a sua existência de forma pública, levou a pensar muitas pessoas que o Movimento tinha surgido com o único propósito da candidatura às eleições autárquicas. Dizemos isto pelo facto de o Movimento por Marvão estar a trabalhar de forma organizada desde os meses de Abril/Maio de 2008, e pensado desde 2005, mas o objectivo era, então, apresentar aos Marvanenses, e não à comunicação social, um projecto bem estruturado e com membros de vários pontos do Concelho, o que só se propiciou mais tarde. Analisando agora, teria sido benéfico que o projecto tivesse saído cá para fora mais cedo. Outro processo que correu menos bem, mas que ninguém no Movimento por Marvão e fora dele guardam rancor, foi o convite que foi formulado para a Junta de Freguesia de Santa Maria de Marvão, este convite e a sua subsequente publicitação pretendia dar uma dinâmica de vitória àquela candidatura, que mais tarde não chegou a avançar. Mais recentemente, destacamos o facto de não termos conseguido realizar o II seminário “Pensar Marvão” em Novembro como estava previsto, sobretudo pela dificuldade em conciliar as agendas dos intervenientes. Mas ele chegou a acontecer, de facto, no dia 16 de Janeiro de 2010, e de forma profícua para o Concelho, não foi uma mera promessa, e outras edições se seguirão.

A história que se quer passar seria impossível sem a contribuição de algumas pessoas e organizações, dos quais começamos por destacar, naturalmente, os membros do Movimento por Marvão que deste o primeiro dia acreditaram que era possível inverter o estado de coisas no Concelho, acreditaram que o seu esforço seria determinante no desenvolvimento de Marvão, actuando sempre de forma positiva. Depois, temos de agradecer de forma elucidativa às associações do Concelho, a todas sem excepções, que nos receberam de forma exemplar, e as quais são determinantes no Concelho pelo papel social, cultural e desportivo que desempenham. Um agradecimento às Juntas de Freguesia, que nos trataram de forma exemplar no processo eleitoral, bem como no apoio às nossas iniciativas. Uma palavra, também, para os órgãos de Comunicação Social do Distrito que difundem as nossas tomadas de posição e os nossos textos pela Região, sublinhando o papel que a Rádio Portalegre tem neste capítulo. Por fim, uma palavra de agradecimento ao Blog Fórum Marvão, que tem sido um espaço promotor de debates e reflexões, algo que falta no nosso concelho, e que tem sido importante para divulgar, ainda mais, a dinâmica do MporM.


Aqui fica a história do primeiro ano de existência do Movimento por Marvão, uma história de livro aberto, aberto no sentido temporal, e sobretudo aberto à participação de todos… na procura de novos caminhos.

12 de janeiro de 2010

Para a história de um Movimento (genuinamente) por Marvão - Capítulo 2


A Caminhada de Apresentação dos Candidatos que ocorreu no dia 30 de Maio, foi uma autêntica inovação no nosso Concelho, e serviu para se debaterem muitos problemas de Marvão e também algumas soluções, de uma forma descontraída, dinâmica e com um espírito de trabalho em equipa. Sobre os candidatos, houve uma aposta nas respectivas qualificações e vivências pessoais, articulando as pessoas ao programa eleitoral do MporM, e não o contrário, como costuma suceder. Houve, concomitantemente, a preocupação de trazer pessoas novas para as lides autárquicas, que assim podem emprestar à dinâmica municipal algumas ideias e teses inovadoras.

“Da Beirã ao Entroncamento” foi um texto importante na actividade do MporM. O simples facto de dois elementos do Movimento fazerem uma viagem de comboio, com o único propósito de analisarem as condições que os caminhos-de-ferro apresentam no nosso Concelho, foi uma inovação importante na pré-campanha eleitoral. Oxalá outras candidaturas tivessem verificado in loco as condições sociais, de mobilidade e de saúde que o MporM achou indispensáveis conhecer em profundidade, para ser uma alternativa credível para a condução dos destinos do Concelho.

19 de Setembro marca o início daquilo que podemos designar por Democracia Participativa no Concelho de Marvão. O I seminário “Pensar Marvão” constituiu um espaço de debate, diálogo, discussão que o Concelho precisava, e continua a precisar, por esse facto organizou-se recentemente uma segunda edição. Foram os munícipes que ganharam com este novo espaço de participação, na discussão das perspectivas de desenvolvimento do Concelho de Marvão. Os mesmos munícipes, que perderam pela recusa das demais candidaturas aos órgãos autárquicos de Marvão um debate frente-a-frente com o cabeça de lista à Câmara Municipal do MporM – Fernando Gomes; todos nós sabemos que não é usual este tipo de coisas num concelho como Marvão, mas uma iniciativa destas seria extremamente benéfica na clarificação dos diversos pontos de vista das candidaturas envolvidas nestas eleições.

Na concretização oficial da candidatura escreveu-se: “Hoje, dia 17 de Agosto de 2009, tem início um novo tempo, a candidatura independente do Movimento por Marvão – MporM é uma realidade”. E esse novo tempo não se esgotou nas eleições. Esse novo tempo é cada dia que passa mais urgente no nosso concelho, o que faz com que o MporM continue presente, e cada vez com mais determinação na luta pelo desenvolvimento do Concelho. O dia 17 de Agosto de 2009, marcou o final do processo de recolha de assinaturas que o MporM conseguiu legitimamente ultrapassar, começando também uma batalha de David contra Golias no sentido do MporM ter direito, pela jurisprudência à altura e pelo esgotamento do prazo que o tribunal tinha para se pronunciar, da inclusão do seu símbolo nos boletins de voto. Perdemos essa batalha, mas ganhamos a que envolveu a sigla, passando a estar inscrito, de forma justa, MporM nos boletins de voto.


Candidatos do MporM no porta-a-porta

A campanha eleitoral foi um verdadeiro percurso porta-a-porta, no qual os candidatos do MporM moveram todos os esforços para a clarificação do seu programa junto dos Marvanenses e das suas instituições. Pena é que tivessem surgido alguns mal-entendidos durante a campanha, que em nada favoreceram o Movimento por Marvão. Na campanha, podemos destacar três aspectos: em primeiro lugar, a qualidade dos materiais de campanha utilizados pelo MporM, com uma aposta forte no design, e na mensagem de inclusão e inovação, materiais de campanha que foram possíveis, mesmo, sendo a candidatura do Movimento a que tinha o segundo orçamento mais baixo a nível nacional entre as candidaturas independentes, o lema foi “fazer muito e bem com poucos recursos”; o segundo aspecto que temos de destacar foi a qualidade de discurso apresentada pelo nosso cabeça de lista – Fernando Gomes aquando do debate da Rádio Portalegre com os restantes cabeças de lista no dia 6 de Outubro, com um discurso inovador, passando a mensagem de inclusão e participação dos munícipes; em terceiro, podemos destacar a qualidade e inovação que o “Diário de Campanha” do MporM constituiu na campanha eleitoral, que contava escrupulosamente todos os dias com o resumo detalhado da campanha levada a cabo pelo MporM, neste aspecto fez-se história em Marvão.


Sobre os resultados, de dia 11 de Outubro, fica a sensação de dever cumprido. Temos que ser, sobretudo, realistas e positivos em relação ao futuro. A votação que tivemos, foi, com certeza, a que merecíamos ter, e todas as conclusões foram tiradas pelos candidatos aos órgãos autárquicos pelo MporM, no dia 24 de Outubro de 2009, na reunião de análise dos resultados eleitorais, em que se pode ler: “embora não tenha conseguido eleger nenhum representante para os órgãos autárquicos, o MporM teve um bom resultado tendo em conta a sua implantação recente”.

10 de janeiro de 2010

Para a história de um Movimento (genuinamente) por Marvão - Capítulo 1


10 de Janeiro de 2009 foi a data que marcou a primeira actividade pública do Movimento por Marvão, nesse fim-de-semana foi distribuído o Compromisso com o Concelho de Marvão, que se afigurou como o texto fundador deste projecto ambicioso. Nesse dia, quando quatro membros do Movimento saíram das suas casas com o propósito de fazer chegar às pessoas aquele texto, que propunha um enorme desafio ao Concelho, foram surpreendidos pela neve. Um sinal para os mais supersticiosos, um incentivo para os mais lutadores.


Quis o fado que na data que assinala o primeiro aniversário do aparecimento público do MporM nevasse novamente. Mas desta vez fintámos o destino, não houve nenhuma distribuição de panfletos a fazer. As celebrações, se assim lhe podemos chamar, ficaram-se pelo segundo Seminário “Pensar Marvão”, e o sucesso desta segunda edição foi, com certeza, a maior prenda possível para os membros do Movimento, que há mais de três meses andavam a trabalhar na sua realização. Quando se fala em prenda é isso mesmo que significa, e encarna bem o espírito do MporM, que fez com que um grupo de cidadãos se organizasse em prol da Terra que amam.


Falar em amor, acreditem que não é despropositado! É a palavra certa para descrever o sacrifício que muitos Marvanenses e Amigos de Marvão fizeram para que este Grupo Independente de Cidadãos se estruturasse, consolidasse os seus processos de trabalho, fizesse chegar a mensagem às partes interessadas, conseguisse ir a eleições perante um cenário desfavorável e, mais importante que tudo, fosse um verdadeiro espaço de debate e inclusão participativa no Concelho de Marvão.


Como é natural, e compreensível, aquando do surgimento do MporM várias vozes se levantaram, fazendo eco que éramos muito jovens, que pela qualidade dos nossos materiais estávamos a ser financiados por partidos, ou que tínhamos o único propósito de destabilizar.


Com o passar do tempo, todas essas vozes se foram dissipando, todas aquelas críticas que eram fundadas no desconhecimento deixaram de fazer sentido. As reuniões que foram feitas com as Associações, as conversas que se desenvolveram com os munícipes, e as opiniões que fomos deixando no nosso espaço na internet foram essenciais para a consolidação do projecto.

A atitude positiva e construtiva também foi determinante para esta consolidação.


Mas o ponto de viragem acontece, na Apresentação Pública do MporM no dia 3 de Maio de 2009, na Sede do Grupo Desportivo Arenense, onde foram demonstradas as visões do Movimento para o Concelho de Marvão, em que deu a conhecer o seu caderno de encargos para o desenvolvimento do Concelho – Marcas de Território, e que culminou na apresentação de um vídeo que, ilustrando a génese do projecto, alicerçava as bases para o futuro. Esta iniciativa deu a conhecer aos munícipes a inovação que o MporM significava para o Concelho. Podemos dizer, para finalizar este capítulo, que esta apresentação deu a credibilidade que faltava, até então, ao grupo.