19 de setembro de 2009

Síntese do 1º Seminário "Pensar Marvão"


No dia 19 de Setembro de 2009, pelas 14h30m, no salão da Sociedade da Portagem, deu-se início ao 1º Seminário “Pensar Marvão” organizado pelo Movimento por Marvão. Este seminário foi abrangido por 2 painéis, o primeiro sobre as actividades culturais em Marvão e o segundo dirigido aos desafios da economia local. O painel que abordou as Actividades culturais no Concelho de Marvão contou com as participações do Pe. Fernando Farinha, Tiago Malato, Joaquim Carvalho e Paulo Amado; por outro lado, o painel que abordou os Desafios da Economia Local foi protagonizado por José Boto, Nuno Vaz da Silva e Fernando Bonito Dias.

A abertura do Seminário esteve a cargo de Fernando Gomes, que deu as boas-vindas aos oradores, à assistência, aos representantes de outras candidaturas que aceitaram o convite para estarem presentes, bem como agradeceu à Direcção da Sociedade da Portagem a cedência do espaço. Destacou ainda algumas propostas do programa do MporM, nomeadamente o Orçamento Participativo, de forma a envolver os Marvanenses nas decisões do Município, o Gabinete de Apoio Municipal, que servirá para apoiar os munícipes e as suas instituições, tendo para finalizar apontado as particularidades da Casa de Marvão, que assenta num processo integrado que vai da produção à comercialização.

O Pe. Fernando Farinha arrancou o primeiro painel, dizendo que se sente um dos pais da Feira da Castanha, e nesse sentido é com mágoa que vê a sua filha tomar um caminho diferente daquele que foi pensado na sua concepção. Confessou que é com tristeza que viu aquela transformar-se na “Feira da Castanha e do Vinho”, pois na sua génese privilegiava uma dimensão maior cultural. Lançou ainda a ideia da Casa do Pão de Castanha e da concepção de um Restaurante que tivesse como especialidade a castanha.

Tiago Malato começou a sua intervenção também com a Feira da Castanha, pela qual foi responsável pela programação cultural durante dois anos. Abandonou este projecto porque percebeu que aquele acontecimento não passava de um processo pontual, pelo que era necessária uma oferta constante e continuada onde houvesse um reconhecimento dos valores culturais. Centrou a sua intervenção na urgência de se compreender o património imaterial como uma marca de território em que é indispensável a participação de todos os munícipes.

Joaquim Carvalho, arqueólogo na Cidade Romana da Ammaia, começou por referir que a Ammaia deve ser entendida como um importante pólo dinamizador, não só do Concelho de Marvão, mas sim de toda a Região. Destacou todo o trabalho desenvolvido nos últimos anos, e mais recentemente a importância da Ammaia como centro de saber e investigação. Espera que esta venha a ter rapidamente um Centro de Ciência Viva, de forma a atrair novos públicos, bem como outros investigadores que tragam inovações à Cidade Romana.

Paulo Amado, como conhecedor profundo dos temas da gastronomia, iniciou a sua intervenção destacando o papel dos restaurantes no desenvolvimento de uma região. Distinguiu que é essencial olhar em volta, isto é, para as Regiões que nos rodeiam. Avançou a ideia das Cozinhas do Rio Sever, um evento anual que valorize o rio e a população que o rodeia, e que induza também investigação e algumas publicações.

Neste enfiamento, seguiu-se um período de debate muito rico, onde intervieram o Sr. Eliseu, Maria de Jesus Garcia, Fernando Gomes, Luísa Assis, Fernando Bonito Dias e João Bugalhão.


Depois de um pequeno beberete iniciou-se o segundo painel, que tinha subjacente os desafios da economia local, e assim José Boto destacou a tradição industrial de Santo António das Areias. Referiu as potencialidades do sector agro-industrial no Concelho de Marvão, bem como a necessidade de se fomentarem parcerias que incrementem a comercialização dos produtos do Concelho.

Nuno Vaz da Silva falou sobre o conceito de competitividade, e referiu que neste aspecto há casos de sucesso no Interior, rejeitando a premissa de que a interioridade seja sinónima de ausência de competitividade. As redes de comunicação são um factor importante de competitividade e a sua ausência explica os atrasos verificados nalgumas zonas, como é o caso de Marvão.

Fernando Bonito Dias reiterou a necessidade de debate dos problemas e potencialidades do Concelho de Marvão. Descreveu a gestão de um autarquia como similar a uma empresa, onde é imprescindível ter uma gestão estratégica, analisando os pontos fortes e fracos. Neste sentido, apontou como objectivo estratégico para Marvão travar o despovoamento através do emprego. Apontou como áreas estratégicas o Turismo global, a Indústria e Serviços em Santo António das Areias e o Turismo local na Portagem, tudo isto assente no património natural e edificado, bem como a proximidade com Espanha.

Depois deste profícuo período de intervenções veio o debate com contou com as participações de Luísa Assis, João Bugalhão, José Manuel Pires e Joaquim Carvalho.

Este 1º Seminário “Pensar Marvão” foi encerrado por Maria de Jesus Garcia, que relatou as conclusões da tarde, e destacou o Movimento por Marvão na construção de soluções para o Concelho de Marvão.







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