4 de junho de 2010

Câmara Municipal de Marvão reavalia processo de venda da “Coutada”


O Vereador eleito pelo Partido Socialista - Nuno Lopes, a Vereadora eleita pelo do grupo de cidadãos independentes “Juntos por Marvão” - Madalena Tavares, a concelhia do Partido Socialista, e o Movimento por Marvão, vêm desta forma manifestar a sua revolta e indignação em relação ao processo de venda do prédio rústico “A Coutada”.

Este terreno de 45 hectares situado na encosta de Marvão é um elemento marcante do património do Concelho, integra uma grande parte da Calçada Romana que liga a Portagem a Marvão e é desta forma um garante da nobreza natural da Encosta.

Na nossa perspectiva, a venda deste terreno é um atentado ao património do Concelho, uma vez que, a partir desse momento, Município e Munícipes ficarão sem qualquer poder de intervenção relativamente à protecção da encosta de Marvão. Esta proposta de venda da “Coutada”, apresentada em reunião de Câmara, nasceu da iniciativa do executivo em funções e motivou naturalmente o voto contra do Vereador Nuno Lopes e da Vereadora Madalena Tavares, bem como, mereceu o repúdio público do Movimento por Marvão. O Presidente Vítor Frutuoso justificou a venda, argumentando que o terreno está incluído na Reserva Ecológica Nacional e no plano de ordenamento do Parque Natural; motivos esses, que no seu entender, o levam a concluir que seja pouco provável que se venha a construir naquele espaço.

Todos sabemos que isso não é verdade, já foram feitas excepções em Marvão que causaram muita polémica e grande revolta na população. No entendimento do PS, Juntos por Marvão e Movimento por Marvão, a Câmara deveria procurar proteger o património do Concelho, para que se não sucedam mais atentados à singularidade do Concelho, tal como aconteceu com o Aldeamento do Golfe, e mais recentemente com as novas instalações do Parque Natural da Serra de S. Mamede, que foram desafectadas, de um dia para o outro, da Reserva Agrícola Nacional.

Desta forma, vimos exigir que o Executivo reconsidere a decisão de colocar à venda o património que a todos os munícipes pertence, e que é fundamental para o desenvolvimento sustentável do Concelho. Exigimos que seja anulada esta proposta irresponsável, que põe em causa o futuro do Concelho e a beleza que todos lhe reconhecemos; já noutras situações, como é o caso do subsídio à Associação Comercial de Portalegre, da constituição da Sociedade Anónima de Capitais Mistos e do projecto “Novos Povoadores”, e perante os contributos da oposição, o Executivo tomou uma atitude de bom senso, alterando as suas propostas.

Esta, mais do que outras, merece uma resposta idêntica, em prol das gerações futuras, e da conservação do património histórico e natural do Concelho. Merece, acima de tudo, uma reflexão sobre as consequências da sua aprovação, e efectiva concretização, auscultando os munícipes e os interesses destes, de forma a evitar consequências irreparáveis na identidade deste concelho.
Este texto nasce de uma reflexão conjunta do PS, Juntos por Marvão e Movimento por Marvão, que numa atitude de cidadania e defesa do interesse público, vêm exigir que a Câmara Municipal anule o processo de venda da Encosta de Marvão.

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